Orientações cirúrgicas prótese de joelho
Prótese de joelho é a cirurgia que tem como objetivo acabar com a dor causada pela artrose da articulação do joelho e restabelecer uma função satisfatória para as atividades que o paciente deseja e não consegue realizar, por conta dessa mesma condição.
Sua indicação é dada quando todas as medidas foram tentadas – remédios, fisioterapia, infiltrações e bloqueios – e não obtiveram sucesso.
As orientações para esse procedimento cirúrgico incluem algumas etapas: pré-operatório, cirurgia, internação, pós-operatório (reabilitação).
PRÉ-OPERATÓRIO
O pré-operatório é a etapa onde seu problema será diagnosticado por meio de avaliações clínicas com seu cirurgião especialista em joelho, e será complementada por alguns exames, tanto de imagens quanto laboratoriais e avaliações de outros especialistas.
As principais queixas a serem consideradas durante a consulta com o especialista em joelho são:
Dores;
Limitação dos movimentos da articulação;
Incapacidade de andar.
O diagnóstico de artrose de joelho não é complicado para um ortopedista especialista. A artrose de joelho é uma enfermidade que tem exuberância de sinais e sintomas. O complicado é saber indicar o momento da cirurgia e preparar bem o paciente para que o procedimento tenha o sucesso que merece. Por isso, que um ortopedista especialista nesse procedimento, e que tenha experiência, é o melhor indicado para o caso.
O principal exame de imagem para confirmar o diagnóstico de artrose de joelho é a radiografia simples. Ela também permite fazer uma outra etapa importante do pré- operatório: o planejamento cirúrgico de qual prótese será usada no caso. Atualmente essa etapa é feita utilizando programas de computador (softwares) que verificam qual o melhor tamanho e posição dos implantes, minimizando assim qualquer erro técnico durante a cirurgia.
A avaliação é complementada por exames laboratoriais e compensação de problemas clínicos – diabetes, pressão alta, problemas cardíacos, obesidade entre outros. É muito importante também que o paciente não tenha nenhuma infecção acontecendo. Inclusive cáries e infecções urinárias.
Além disso, existem outras avaliações pré-cirúrgicas que devem ser consideradas:
Avaliação do status nutricional, pois alguns pacientes, mesmo que obesos, podem estar desnutridos. Pacientes com desnutrição clínica não são capazes de realizar uma cicatrização satisfatória e acabam evoluindo com complicações;
Avaliação com a equipe de fisioterapia para poder verificar qual será a melhor abordagem de reabilitação para o problema e medições no status pré-cirúrgico para poder comparar com o pós- cirúrgico. É fundamental uma radiografia de todo o membro inferior para calcular deformidades e a melhor maneira de corrigi-la;
O anestesista também conhecerá o paciente antes da cirurgia e irá explicar qual a melhor anestesia para o caso, além de verificar se alguma avaliação complementar será necessária.
O agendamento cirúrgico só é possível após todas essas etapas de preparação e após o mais importante: que todas as dúvidas tenham sido solucionadas pelo médico cirurgião.
CIRURGIA
No dia da cirurgia o paciente deverá:
Realizar jejum de pelo menos 8h antes do procedimento;
Tomar banho utilizando sabão especial de clorexedina para diminuir a colonização da pele por bactérias que possam causar infecções na prótese;
Evitar fumar no mês anterior;
Levar todos os exames para o momento da cirurgia: radiografias, exames de sangue, resultados de avaliações, relatórios e laudos.
O paciente e seu acompanhante serão recebidos no setor de internação e alta do hospital, conforme orientações que serão enviadas na véspera. Após os trâmites burocráticos, o paciente será encaminhado ao centro-cirúrgico.
A equipe de enfermagem irá proceder com todos os preparativos para que o paciente fique mais tranquilo nesses momentos que antecedem o procedimento. Logo em seguida o anestesista irá iniciar o trabalho dele, conforme conversado e explicado no pré-operatório.
Eu sempre converso com o acompanhante antes do procedimento e com o paciente também. Além disso, a primeira coisa que faço ao final da cirurgia é ligar para o acompanhante e dar a notícia que tudo ocorreu bem!
Após a administração de antibióticos, o procedimento ocorrerá conforme conversado, dentro da técnica e do planejamento explicados. Medidas analgésicas serão implementadas pelo anestesista para que a dor da cirurgia seja minimizada ao máximo.
Ao término, o paciente será encaminhado à sala de recuperação pós-cirúrgica, onde será monitorado pelo anestesista até que tenha condições de ir para o quarto ou para a UTI, caso essa tenha sido a indicação na fase de planejamento.
INTERNAÇÃO
A internação será pelo menor tempo possível até que o paciente tenha condições clínicas para receber a alta. Uma condição que é obrigatória antes da alta é que ele fique de pé e dê pelo menos alguns passos com o andador. Chamo essa etapa de “test drive”.
Durante a internação, o paciente será submetido a exames de sangue para verificar se houve alguma anemia proporcionada pelo procedimento cirúrgico. Também irá iniciar medidas para prevenção de trombose e controle da dor. Antibióticos são necessários apenas ao longo do primeiro dia. O curativo, se estiver seco, não deverá ser trocado durante a internação.
Se o paciente tiver indicação de ir para a UTI, não precisa se desesperar. Apesar do ambiente ser um pouco estressante, o objetivo é que ele seja observado mais de perto. Que suas doenças de base sejam melhor compensadas após a reação inflamatória causada pela cirurgia. Ele ficará o menor tempo possível na UTI!
É importante levar o andador para o hospital, pois será utilizado para ir embora, após a alta. Orientações finais serão dadas ao paciente e a seu acompanhante. Eu, pessoalmente, o visitarei todos os dias no hospital. Estando ele na UTI ou no quarto.
PÓS-OPERATÓRIO
O paciente deverá me manter informado de tudo e qualquer coisa que acontecer ou dúvidas que tiver. É muito importante que esteja evacuando normalmente. Caso não esteja evacuando, me avise imediatamente. Não evacuar pode gerar algumas complicações muito ruins no pós-operatório. Preciso também ser informado sobre a urina.
Alguns movimentos que NÃO DEVEM SEREM FEITOS:
Não agachar exageradamente;
Não ajoelhar;
Não colocar travesseiros, almofadas ou toalhas embaixo do joelho;
Não ganhar peso;
Não ficar parado para que o joelho não fique rígido.
O curativo deve ser realizado após o banho, utilizando apenas álcool 70% e gazes para limpeza. Na primeira semana é necessário cobrir com gazes e esparadrapo micropore cortado com tesoura. Fotos diárias do curativo e da cicatriz devem ser encaminhadas a mim, pelo WhatsApp. Se o curativo tiver secreção, me avise imediatamente.
É essencial tomar os remédios indicados na receita médica, conforme a prescrição. Qualquer dúvida, entre em contato comigo. Não tomar nenhum outro remédio ou passar pomadas na ferida ou na cicatriz, sem me avisar antes. As fisioterapias serão realizadas na casa do paciente com nossa equipe. O fisioterapeuta irá adaptá-lo para utilizar o vaso sanitário, deitar-se na cama, utilizar poltronas e sofás, subir e descer escadas, orientações de como tomar banho e como entrar e sair do banco de passageiro do carro. Seguir rigorosamente todas as orientações do fisioterapeuta é fundamental, pois 50% do resultado depende da fisioterapia.
Em algum momento, dentro dos primeiros 15 dias de pós-operatório, eu vou à casa do paciente para fazer o primeiro retorno;
Com 30 dias devemos realizar uma avaliação presencial para que eu possa ver como está a avaliação e também realizar uma radiografia para controle da prótese;
Com 45 dias, estando tudo dentro do esperado, vou liberar para ter uma vida normal e executar as atividades que desejar. Nesse momento as estruturas ao redor da prótese já cicatrizam e o risco de complicações diminui muito.
Provavelmente o paciente deverá ter dor leve por até 6 meses e a sua função já deve ter melhorado bastante com a dedicação a fisioterapia. O retorno ao trabalho, dirigir carro, viajar e ter relações sexuais são totalmente seguros a partir desse momento. Prótese de joelho pode fazer alguns barulhos e estalidos a depender do tipo de prótese. Se o paciente estiver sentindo isso, me avise.
Quero ser avisado imediatamente caso algumas dessas situações aconteça:
Ferida operatória muito vermelha e quente;
Saída de pus ou sangue pela ferida;
Perna operada muito inchada e dolorosa;
Panturrilha muito inchada e dolorosa.
NÃO SE ESQUEÇA: NA DÚVIDA, NÃO TENHA DÚVIDAS. Entre em contato comigo!